Dois
sexólogos holandeses propuseram que o governo legalize a produção de
filmes pornográficos infantis para controlar o que chamam de “tensões
sexuais de pederastas”.
Erik van Beek e Rik van Lunsen,
pesquisadores do Hospital Universitário de Amsterdam propuseram a medida
durante uma entrevista ao jornal Trouw. Segundo os dois, “se
produzirmos pornografia infantil sob rígido controle do governo, com uma
espécie de selo que ateste que nenhuma criança sofreu qualquer abuso,
podemos oferecer aos pederastas uma forma de regular suas tensões
sexuais”.
Os comentários foram fortemente
criticados pela opinião pública e provocaram até mesmo a indignação do
ministro da Justiça do país. Na Holanda, a criação, difusão ou mesmo
posse de material com qualquer alusão à pornografia infantil pode
acarretar em uma pena de até cinco anos de prisão.
“Não penso que essa seja uma boa ideia”,
disse a ex-presidente do parlamento holandês, Gerdi Verbeet, em meio a
um debate sobre o tema na televisão pública. A seu ver, “isso implica em
uma responsabilidade enorme para o governo”.
Consultada pela AFP, a filial holandesa da ONG Defence for Children
também se disse absolutamente contrária à proposta e alegou que “é
preferível ensinar os pederastas a se controlarem de outra forma”.
Erik van Beek alega que cerca de 1% dos
16,5 milhões de holandeses possuem tendências pederastas. No entanto,
ele argumenta que “apenas uma ínfima parcela abusaria de menores”.
Em 2011, o site do governo holandês para
denúncias de pornografia infantil informou as autoridades do país sobre
4,6 mil ocorrências de material suspeito. Em 2010, o número era quatro
vezes menor.