Olá Seguidores e Visitantes que bom falar com cada um de vocês neste momento vou compartilhar com vocês uma entrevista especial do meu irmão e amigo Junior Cesar que hoje esta no Atlético Mineiro.
Feliz no Galo, Jr. Cesar não pensa em voltar ao Fla: ‘Não pedi para sair’
Rubro-Negro pode solicitar para a próxima temporada o
retorno do camisa 6 atleticano, que está emprestado. Vontade dele é
ficar em Belo Horizonte
aproveitou uma das paredes do apartamento que possui na Barra da
Tijuca, no Rio, para montar um painel com fotos da carreira. No espaço,
imagens contam um pouco da trajetória do lateral-esquerdo. As passagens
por Fluminense, Botafogo, Flamengo, São Paulo e Atlético-MG estão
registradas em preto e branco. E foi com as cores do Galo que ele voltou
a enxergar o futebol colorido. Há sete meses em Belo Horizonte, foi
destaque do time no Brasileirão e ajudou a equipe a conquistar a vaga na
Libertadores da América de 2013 com o vice-campeonato nacional.
O camisa 6 está no clube mineiro por empréstimo até o fim do ano que
vem. Junior é jogador do Flamengo e, por contrato, o Rubro-Negro pode
pedir o retorno dele no início da próxima temporada. Não é o que o
jogador deseja. Feliz no Galo, está otimista com a disputa da competição
continental e com o tratamento que recebe em Minas.
- Fiquei triste de não ter alcançado os objetivos com o Flamengo. O
Atlético foi um clube que abriu as portas para o meu trabalho num
momento de dificuldade.
J
unior Cesar tem registros da carreira na parede de casa (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Junior Cesar quis deixar claro que
não pediu para sair do Flamengo, em maio deste ano. Segundo ele, a
decisão de abrir negociação foi do clube carioca. Para o jogador, a
saída de Vanderlei Luxemburgo foi prejudicial ao clube. No Atlético, o
lateral reencontrou Ronaldinho Gaúcho, que se desligou do Rubro-Negro
via ação judicial e também foi jogar em BH. Lá, ambos recuperaram a
alegria de estar em campo e conseguiram conquistar a massa atleticana.
- É outro Ronaldo (risos). Já estava um pouco desgastado no Flamengo.
Para render, tem que ter alegria. Ele conseguiu recuperar isso.
Abaixo, o internauta confere a íntegra da entrevista:
O que dizer do belo Brasileiro feito pelo Galo?
Um ano maravilhoso, um ano dentro daquilo que o Atlético programou, que
era voltar à Libertadores da América. E conseguimos disputando um
Campeonato Brasileiro dificílimo, sempre brigando pela conquista do
título. Foi uma briga entre Atlético, Grêmio e Fluminense. Foi um ano
muito produtivo para o Atlético, e a gente espera que em 2013 a gente
possa ir além.
Pessoalmente foi muito bom também, certo?
Hoje eu saio, torcedores do Flamengo me param na rua, perguntam como
está minha situação, o contrato com o Flamengo. Deixei alguma coisas
positivas, mas gostaria de ter feito mais"
Junior Cesar
Foi muito bom. Pelo início de ano conturbado aqui no Flamengo, mas Deus
sabe fazer as coisas no momento certo, na hora certa. Por mais que o
ser humano pense uma coisa, não entenda, mas no fim a gente entende.
Gostei bastante. Quando começou 2012 as coisas não estavam caminhando
bem no Flamengo, os resultados não aconteciam. Até porque a gente sabe
que no futebol existe uma palavra-chave que é vitória. Quando tem
vitória, tudo está normal. Não conseguimos alcançar o objetivo na
Libertadores, e logo depois ficamos fora das finais do Carioca, mas tive
a oportunidade de ir para o Atlético. E quero deixar claro que eu não
pedi para ir para o Atlético. O Flamengo que abriu as portas para uma
negociação e dentro disso, num momento desse, você tem que ficar calado,
tem que ficar esperando o momento certo de falar. Estou muito feliz no
Atlético. Terminei o ano bem, alcançando um objetivo, deixando toda a
diretoria do Atlético feliz dentro daquilo que esperavam.
Você disse que o Flamengo abriu as portas para você sair. Você
não queria sair ou sentiu que era a hora mesmo de tentar algo novo?
Eu não pensava em sair, isso já era uma discussão minha com meu
empresário. Não pensava em deixar o Flamengo porque eu tinha alguma
coisa para fazer pelo Flamengo. Tanto que saio na rua hoje e as pessoas
me perguntam se eu vou voltar. Isso me deixa muito feliz porque esses
sete meses no Atlético foram muito bons. Hoje eu saio, torcedores do
Flamengo me param na rua, perguntam como está minha situação, o contrato
com o Flamengo. Deixei alguma coisas positivas, mas gostaria de ter
feito mais. Quando você joga num clube grande, espera alcançar coisas
importantes. Era meu objetivo no Flamengo. Mas são coisas do futebol.
Tem que ter paciência e seguir a vida.
Numa das fotos da parede, com os amigos R49 e Jô (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Você entrou nesse assunto sobre a sua situação contratual, o
Flamengo tem a opção de trazer você de volta, mas o que você quer?
Voltar para fazer o que não conseguiu ou seguir no Galo e jogar a
Libertadores?
Eu tenho contrato de empréstimo com o Atlético, tenho que me apresentar
no Atlético de qualquer maneira. Estou muito feliz, muito contente no
Atlético, foi um clube que abriu as portas para o meu trabalho num
momento de dificuldade. As coisas foram muito positivas, o Atlético não
fazia boa campanha no Brasileiro há algum tempo, há muito tempo não
almejava uma Libertadores, que nós alcançamos. O presidente (Alexandre)
Kalil sempre me abraçou, sempre tratou comigo olho no olho. O Cuca me
deu total apoio. Tenho total confinaça nele e ele em mim. Minha situação
no Atlético é muito boa, maravilhosa, por tudo que construímos. Não
posso falar se vou voltar para o Flamengo ou não porque é assunto para a
diretoria e meu procurador.
O que sentiu de diferente no Galo? É organização, a estrutura, o profissionalismo?
Costumo dizer que a cada ano você aprende uma coisa no futebol. Futebol
é muito simples, não pode inventar. É até uma coisa que Ronaldo e eu
brincamos lá. Quando você tem felicidade, alegria para trabalhar, as
coisas acontecem naturalmente. Consegui dentro de sete meses a
felicidade de jogar futebol. Fiquei triste de não ter alcançado os
objetivos no Flamengo, que era a Libertadores. Batalhamos para entrar,
mas ela não foi alcançada e vimos o primeiro semestre ir embora. Espero
que o ano que vem possa ser um ano de conquistas no Atlético.
Conseguiu sentir um pouco dessa alegria no tempo que passou no Flamengo?
Libertadores é muito difícil. Todos os clubes que vão participar são
difíceis de enfrentar, quando joga aqui a rivalidade é grande. O
Atlético vai se preparar bem, nossa torcida está carente de um título"
Junior Cesar
Consegui porque quando cheguei (início do Brasileirão 2011) nós
conseguimos a vaga na Libertadores no Brasileiro. Alcançamos o objetivo
colocado pelo Vanderlei (Luxemburgo). Quando cheguei, havia uma lacuna
na lateral esquerda. Naquele primeiro ano as coisas foram positivas com o
Vanderlei, um cara centrado, de projeto, organizado. E me dei muito
bem, cheguei muito bem no Flamengo. Colocamos o Flamengo na
Libertadores, mas esse ano era um ano difícil, num ano de política no
clube às vezes o futebol fica um pouquinho de lado. Futebol é resultado,
o início de 2012 não foi positivo, os resultados não apareceram.
O Atlético fez uma campanha espetacular no Brasileiro, ficou só atrás do campeão. Em que lugar esse Atlético pode chegar?
Hoje temos uma base muito boa. Para o início de uma competição, tem que
ter uma base. O Corinthians está vivendo esse momento porque manteve
uma base sólida para disputar o Mundial. O Atlético acabou o Brasileiro
bem, com jogadores importantes, experientes, que vão disputar uma
competição que exige experiência, as coisas estão no caminho. Tenho
certeza que o Atlético vai se reforçar, a Libertadores é muito difícil,
são muitos clubes de qualidade. Espero mais uma vez disputar a
Libertadores. Disputei com Fluminense, Flamengo, São Paulo, e tenho
outra oportunidade. Quem sabe agora chega a chance de buscar esse título
que já bateu na minha porta (foi vice em 2008 com o Flu)? A gente
espera fazer um plantel. Clube não ganha só com time, mas com grupo.
Esperamos fazer um grupo forte. Esse foi o exemplo do Fluminense esse
ano, brigamos o tempo todo com o Fluminense, que tem um grupo que
dispensa comentários, mas eles foram além daquilo que nós esperávamos,
foi anormal.
Você sente pegada de campeão nesse time?
Sinto porque brigamos até o fim do Brasileiro. Eu sinto por isso. Pelo
treinador (Cuca) que temos, pela diretoria, jogadores, plantel. Claro
que a dificuldade vai ser maior porque vamos jogar contra times
experientes dentro dessa competição. A gente espera formar um grupo de
qualidade, força, para que a gente entre para brigar, ganhar, e não só
para participar.
Você disse que recuperou a alegria de jogar quando chegou ao
Atlético. O Ronaldinho já disse isso em algumas entrevistas também. Você
conviveu com ele no Flamengo e o reencontrou no Galo. É outro
Ronaldinho?
Junior Cesar está com 30 anos de idade
(Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
É outro Ronaldo (risos). Ele até brincou comigo porque eu cheguei no
Atlético e uma semana depois ele se apresentou. Falou: ‘É, neguinho.
Achou que não ia correr mais pra mim’. A gente sabe que o Ronaldo é
consagrado mundialmente, mas quando chegou no Atlético, pela
inteligência do Cuca, que já tinha time formado, facilitou bastante. Mas
a qualidade, a inteligência dele, fazem a diferença. Ele entrou no time
e funcionou. É um cara bacana, bom de coração, recuperou a alegria.
Quando saiu do Flamengo foi muito criticado, massacrado. Ficou feliz
pela volta do Ronaldo, campeão mundial (2002), mais uma vez provou que
ainda tem felicidade de jogar futebol.
Você se surpreendeu quando ele apareceu?
Nosso presidente (Alexandre Kalil) quando quer um jogador ele não mede
esforços. Quando saiu na mídia que o Ronaldo estava liberado do
Flamengo, ele tinha me ligado. Perguntou: ‘Como é que está aí?’ Disse
para ele: ‘Pode vir’. Já sabia, não foi surpresa ver o Ronaldo chegar.
Ele conseguiu recuperar a alegria, o futebol, por isso que ele ganhou
prêmios nesse fim de ano.
Sentia ele chateado no Flamengo?
Já estava um pouco desgastado. Para render, tem que ter alegria.
Conheço o Ronaldo, é meu amigo, mas naquele momento eu via que ele não
tinha alegria. Mas ele está bem em BH, feliz.
Você citou o Kalil como um presidente que não mede esforços
pelo Atlético. Como é ter um presidente como ele? É um cara explosivo.
Aqui no Rio, por exemplo, você convivia com uma mulher, a Patricia
Amorim.
Kalil é muito sério, compromissado, cumpre o que fala. Sempre vai lá
conversar olho no olho com os jogadores. Os jogadores precisam disso.
Você resolve muita coisa. Ele é desse tipo. Ele é muito responsável, é
importante o clube ter uma organização, um exemplo do mandatário.
É um sujeito imprevisível o Kalil?
Tem uns malandros que têm um pouquinho de medo dele (risos). Ele não
brinca muito, mas ele é muito transparente. E isso é importante no
futebol, ouvir o que está se passando. O caminho da nossa vitória esse
ano foi a transparência, um grupo sem vaidade. Tudo cooperou para
terminarmos o ano dessa forma.
Dos times que vão jogar a Libertadores, dos brasileiros, algum te preocupa mais ou está todo mundo no bolo?
Não tenho mágoa do Flamengo. Tenho que agradecer por ter sido mais um
atleta a vestir essa camisa histórica, esse manto sagrado. Estou vivendo
nova fase, num clube que me trata com carinho e lealdade. Desejo muita
felicidade para o Flamengo"
Junior Cesar
Está todo mundo no bolo. A gente sabe que Libertadores é muito difícil.
Todos os clubes que vão participar são difíceis de enfrentar, quando
joga aqui a rivalidade é grande. O Atlético vai se preparar bem, nossa
torcida está carente de um título. Brigamos esse ano todo no Brasileiro,
mas não aconteceu. (Nota: além do Galo, Fluminense, Corinthians, atual
campeão, Palmeiras, campeão da Copa do Brasil, Grêmio e São Paulo, que
vão jogar a pré-Libertadores, estão classificados)
A torcida fez a diferença para o Galo no Brasileiro?
O bom lá é que o torcedor sempre nos apoiou no Independência, tanto que
não perdemos nenhum jogo em casa. A vaga na Libertadores era tudo que
eles queriam, são muito apaixonados, querem um título de expressão. A
gente espera se preparar bem para presenteá-los.
Você falou que a torcida do Flamengo te aborda quando você está no Rio, que pede a sua volta. Como é ouvir isso?
Estou passando as férias no Rio, muitos torcedores do Flamengo me pedem
para voltar. Muitos dizem que abandonei o Flamengo. Eu explico que não
pedi para sair. Não pedi para sair, o Flamengo abriu a oportunidade de
negociação. Em momento algum pedi para sair. Quando houve isso, o Zinho
se apresentou, teve uma conversa comigo. Ele estava chegando, fui
transparente com ele. A Patricia e outros dirigentes abriram a
negociação. Mas fico feliz pelos torcedores que querem a minha volta.
Duas perguntas sobre Vanderlei Luxemburgo: se ele estivesse no
clube, você não teria saído? Fez mal para o Flamengo a saída do
Vanderlei?
Acho que sim. Temos que ir por resultado. Quando ele me convidou, o
projeto era a Libertadores da América. O Flamengo conquistou. Nós
tínhamos os jogos contra o Potosí pela pré-Libertadores e passamos para a
fase de grupos. Como o treinador que foi campeão carioca invicto (2011)
e classifica um clube da massa do Flamengo para a Libertadores é
mandado embora? Claro que tem as outras coisas, mas na minha opinião, se
ele continuasse, acredito que as coisas iam caminhar de forma mais
tranquila, conhecia o clube, estava à frente, experiente para a
Libertadores. Mas foi decidido dessa forma e acredito que o Flamengo
está nessa situação de hoje por isso. Eu acredito que não teria saído,
pois o Vanderlei me convidou para jogar no Flamengo. E quase saí do
Flamengo e fui para o Grêmio, atual clube dele. É um cara profissional,
gosto dele. O Flamengo perdeu um excelente profissional para aquele
momento de Libertadores. Gosto muito dele profissionalmente, sempre
venceu, agradeço pela oportunidade de ter jogado no Flamengo.
Mas você sentia clima para ele continuar?
Acredito que sim, pois muitos jogadores gostavam dele, era um cara
sério, botava o time dele para jogar, dentro das convicções dele. Isso
no futebol é importante ter um comandante de pulso.
Ainda pensa em Seleção, Junior?
Seleção é momento no clube, espero viver isso ano que vem no Atlético.
Meu sonho é, sim, a Seleção. Claro que quero um dia jogar na Seleção,
por mais que existam jogadores na minha frente.
Pelo que fez no campeonato, esperava ter sido chamado pelo menos para o Superclássico das Américas?
Nessa última foram chamados mais jogadores de Atlético e Fluminense.
Mas não me frustrei. Tudo acontece na hora que tem que acontecer.
Procuro estar focado. Nesses sete meses fiz isso. Quem sabe eu possa ter
uma chance num ano importante para o Atlético?
Nos tempos de Fla, junto a Ronaldinho: início de ano complicado (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Você não está no clube, mas tem contrato. O que deseja para o Flamengo, que está nesse processo de mudança de diretoria?
Desejo paz, saúde, sucesso, alegria, mas que ano que vem o Atlético
possa estar alcançando títulos. Não tenho mágoa do Flamengo. Tenho que
agradecer por ter sido mais um atleta a vestir essa camisa histórica,
esse manto sagrado. Estou vivendo nova fase, num clube que me trata com
carinho e lealdade. Desejo muita felicidade para o Flamengo.
Para encerrarmos, qual o seu recado para a massa?
Quero agradecer porque sempre me apoiaram, em todos os jogos. Que
possam curtir o Natal e Ano Novo tranquilos, com muita paz, alegria. Dia
7 de janeiro vamos nos reapresentar para dar as alegrias que os
torcedores esperam há muito tempo. Vamos batalhar muito ano que vem para
alcançar isso.